Ah, mundo vasto mundo...Onde as possibilidades se fazem presentes mas ao mesmo tempo se tornam ausentes no meu modo de pensar...

domingo, 24 de outubro de 2010

Uma Carta e Uma Música

Sim, eles tinham uma música. Calma como a brisa do mar e brilhante como a luz do sol.
Os seus olhares se buscavam toda vez que ela tocava. Doces lembranças, tórridos momentos. Cada nota era um sussurro, um enigma, um leve arfar.

A voz do cantor ao som da melodia era como veludo na pele dos enamorados que agora longe tentavam lembrar o segundo e qual gesto de ambos se encaixava nos versos entoados. Um beijo, um toque de mãos, uma abraço acolhedor, uma palavra ao pé do ouvido, nada fugia de suas memórias e saudades sedentas.

Era a música a responsável por cada carta, cada desejo contido mas nem um pouco disfarçado.

Era como se o infinito se juntasse ao real, como se duas almas habitassem o mesmo ser.

O toca-discos velho daquele dia em que dançaram embalados, colados um no outro ainda está lá, tocando as notas de um passado lindo mas que ficou no ar, no ser, nas entranhas de dois seres que em meio à música solta, esvanecida agora recitam uma ode ao amor e à esperança.

p.s.: Eles deixam uma pergunta no ar:

Qual seria a música que despertava neles tamanho sentimento?(Opinem)

(continua...)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Uma carta e fotografias

A rotina acelerada os impedia de ler mais do que se desejava ler. O cheiro das páginas, o brilho dos versos, o olhar do eu lírico faziam com que eles se gostassem a cada dia.

Ele lia no metrô. Ela lia na mesa de trabalho. Ele lia no banco da praça. Ela lia na aula confusa. A literatura se apossava de dois seres sedentos um pelo outro.

Eis que surge outra mania, outra forma de expressarem e demonstrarem que estavam juntos. Fotografias.

De cartas lânguidas saltavam retratos de cotidianos que se enlaçavam através das expectativas.

Paisagens solitárias, pessoas interessantes, esquisitas...nada escapava da lente desses enamorados que construíram um mundo particular utilizando sua maneira de ver a vida.

O amor deles se transformava em cores, em luz que clareava toda uma cidade enegrecida pelo tédio e pela mesmice. Esse amor era visto de vários ângulos, de várias perspectivas.Perspectivas loucas,desmedidas, perigosas, sempre intencionais de dois olhares perdidos, ansiosos por se acharem...

O amor deles pretendia ser eterno e memorável como as fotografias guardadas em uma caixa digna de cuidados. Aquelas fotografias que dá uma nostalgia só de ver e uma ternura só de admirar...

(continua...)